Back to The Future

Artigo escrito por Sérgio Augusto Costa, CEO da VILCO Energias Renováveis, em sua conta no LinkedIn

[Marty McFly e Doutor Emmett Lathrop “Doc” Brown saem do Delorean DMC-22 após viajarem no tempo de 15/12/1996 para Hoje – 10/01/2021]:

McFly: Quando e onde estamos, Doc?

Doc: Estamos no Brasil, hoje é 10/01/2021.

McFly: Como será que está o Mercado de Energia após o Projeto de Restruturação do Setor Elétrico Brasileiro – RESEB de 1995/1996?

Doc: Marty, o Mercado como um todo não sei… Mas vendo aqui no informativo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, a energia do Mercado de Curto Prazo, base para o Mercado Livre, continua sendo calculada por modelos matemáticos. Mas desde 1o Janeiro do presente ano a base é horária e ex-ante em 1 dia. Acredita que até semana passada era um cálculo semanal (todas as sextas da semana anterior)? E eram calculados três patamares de carga (Leve, Média e Pesada) para os quatro submercados (Sudeste|Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte) de energia do país.

McFly: Que loucura Doc! Mas agora está legal, né?

Doc: Não Marty! A única forma que existe da Demanda enxergar diretamente a Oferta, e assim num sistema de livre mercado, com competição e trocas mútuas (energia de quem vende – Oferta, e capital de quem compra – Demanda) em que o equilíbrio é a eficiência dos recursos (financeiros por parte da Demanda e energéticos por parte da Oferta), é eliminando as Intervenções do meio da transação.

Marty, não se deve calcular preço da preço da energia de curto prazo. Os modelos matemáticos estão sujeitos a erros de modelagem em si e de entrada de premissas (intencionais ou não), aplicados para “formar o preço”. E aqui está a origem dos problemas do Setor Elétrico Brasileiro. Sempre que há interferências no sistema de transações há uma distorção no valor de equilíbrio do processo de transação entre a Demanda e a Oferta, ou seja distorção no Preço.

McFly: Mas está escrito aí que agora a granularidade é horária, o tal PLD Horário. E assim a precificação da energia representará melhor a operação, alocando de forma mais eficiente os custos e os riscos do Mercado de Energia, certo Doc?

Doc: Não Marty! Os preços continuam sendo calculados, então se tiver um erro nos cálculos, com o PLD Horário vai apenas aumentar a discretização na visualização do erro, entende?

McFly: Ahhh sim Doc. Está aumentando a lupa da “parada”! Então se tiver errado, vai enxergar os resultados errados num zoom maior, né?

Doc: Sim. Isso aí! Veja, vamos comparar com o que tínhamos antes, o PLD Semanal com o PLD Horário, nesta 1a. semana do ano:

  • O Mercado continua operando PLD Semanal. Ou seja, ainda não tem oferta de novas modalidades de negócios de comercialização de energia.
  • Nesta 1a. semana resultou em uma diferença de aproximadamente R$ 10 / MWh a menos entre a média do PLD Horário e o PLD Semanal.
  •  

McFly: E o que isso significa Doc?

Doc: Em princípio, é a confirmação do que falamos até aqui, Marty. Mas o PLD Horário deverá servir para precificar melhor as flexibilidades contratuais. Se o contrato de Compra/Venda de Energia for do tipo Flat, não deve mudar nada. Considerar também que estimativas diárias do PLD médio do mês deverão criar mais volatilidade nas negociações diárias. Mas no final, o PLD médio sera próximo ao antigo cálculo (PLD Semanal), e provavelmente com uma pequena tendência de queda. E até surgirem novos modelos de negócios deverá ser assim. É até normal num processo de transição.

McFly: Transição? Para que, Doc?

Doc: E quem melhor do que o próprio Mercado (Demanda / Oferta) pra indicar qual deve ser o “Preço da Energia”, Marty? Transição para o modelo de Preço Por Oferta.

McFly: Ahhh esse eu conheço, no Preço Por Oferta os preços da energia são resultados de leilões entre os vendedores (geradores, comercializadores) e compradores (consumidores, geradores e comercializadores). Ou seja, os preços são publicados e baseados na oferta e demanda, certo Doc?

Doc: Exato Marty! E os leilões podem ser de um dia para o outro (“Day-Ahead”), ou dentro do mesmo dia para frações de hora (“Intra-Day”). 

É importante lembrar o conceito de “Gate Closure Time” que é o momento em que a comercialização de energia é fechada e o operador do sistema assume o controle, nestes mercados “Day-Ahead” e “Intra-Day”, verdadeiramente Mercados SPOT, como NordPool por exemplo Marty. E somente Mercados tipo “Day-Ahead” fecham ate o meio-dia, do dia anterior. 

Outro ponto importante Marty, o “Intra-Day” é o mercado que atende ao longo período de tempo que permanece entre o fechamento do bidding do mercado “Day-Ahead” e a entrega da energia propriamente dita (hora específica do dia posterior). Normalmente, o produto comercializado do “Intra-Day” é o contrato de energia de uma hora. 

Marty: Então bora dar um salto pro Futuro pra dar uma olha nisso? Pra quando Doc?

Doc: Esse é o problema Marty! Conforme vimos 15 minutos atrás na nossa realidade temporal dentro do Delorean, o Preço Por Oferta já deveria ter sido implantado cerca de 25 anos atrás… Você deve lembrar das conversas que ouvimos do grupo de trabalho do projeto RESEB de 1996.

E talvez você não saiba Marty, mas no Brasil “até o passado é imprevisível”! Então vamos na sequência para: 01/01/2022, 01/01/2023 e 01/01/2024. A minha aposta é Preço Por Oferta em 2023. Embora a resistência seja grande, acredito que o Mercado não aguente mais que dois anos desta forma.

Marty: Bora pro Futuro, Doc! Eu aposto 2024, talvez até 2025, hein!? Me disseram que por aqui é tudo mais demorado mesmo… E quem vencer a aposta, paga uma caixa de Heinekens!

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